Há muitas maneiras de se praticar esse esporte, com modalidades para todas as idades, respeitando-se limites físicos: caminhadas de um dia em serras e morros, escalas em rochas, expedições a grandes montanhas geladas e perigosas e etc. Basta escolher de acordo com o gosto e referências.
São muito diversas as modalidades do montanhismo assim como acontece em outros esportes, mesmo aqueles que nada têm a ver com aventura. As diferenças que existem entre cada tipo de escalada vão muito além das atribuições de cada montanha e da região onde ela está, como relevo e clima, e dos equipamentos necessários para cada situação.
É preciso sempre levar em conta o preparo físico e as características psicológicas de quem escolhe o montanhismo. Deve-se procurar um equilíbrio entre vontade e possibilidade, procurando o tipo de atividade que melhor convém ao aspirante a montanhista.
Selecionamos 10 modalidades de escalada, algumas praticadas no Brasil, e outras pelo mundo afora. Escolha a sua!
Escalada em livre tradicional
Quando se progride por uma parede de rocha apoiando-se somente nas agarras naturais da pedra, podemos dizer que fazemos uma escala em livre. Os equipamentos que são utilizados nessas condições apenas servem para proteger os escaladores de um acidente, mas de forma alguma os ajudam a subir a rocha.
A escalada em livre é mais praticada no Brasil. Ela exige bastante conhecimentos técnicos e de equipamentos de segurança.
É no Rio de Janeiro, na Urca, o point dos escaladores brasileiros. O Pão de Açúcar faz parte do cenário. Ali há vias de diferentes graus de dificuldade, com variações de tamanho e verticalidade.
Nesse tipo de escalada, é preciso bastante equilíbrio psicológico, dependendo das dificuldades encontradas na rocha.
Escalada esportiva
A escalada esportiva acontece em condições mais simples e seguras, o que permite ao escalador que se preocupe apenas com o seu desempenho físico. Há alto grau de segurança, o que diminui a exigência psicológica da aventura. Nessa modalidade, compõem a via: proteções fixas que sejam próximas e de alta qualidade, com fácil acesso e boa ancoragem para o segurador. As vias normalmente são curtas e possuem alto grau de dificuldade.
Os escaladores podem desenvolver movimentos muito difíceis e atléticos por causa da qualidade e simplicidade das proteções. Assim não é preciso preocupar-se com quedas repetidas.
Há boas vias para serem escaladas nessa modalidade por todo o país. Destacam-se as paredes de calcário da Serra do Cipó, ao norte de Belo Horizonte, que são as melhores!
Escalada esportiva em estruturas artificiais
A escalada esportiva em estruturas artificiais é uma derivação da escalada em rocha. Essa modalidade tem sua origem na Europa, sendo uma forma de treinar os alpinistas nas cidades para escalar montanhas. Na Europa e nos Estados Unidos é possível encontrar muitos ginásios de escalada esportiva, frequentados pelos atletas que buscam as montanhas e também por aqueles que nunca chegarão a escalar uma rocha de verdade, mas são apaixonados pelo esporte.
Nos últimos 10 anos, esse tipo de escalada em muros artificiais ganhou muitos adeptos. É a modalidade que mais cresce em todo o mundo e no Brasil. Há fácil acesso às paredes de escalada e baixo custo dos equipamentos.
Escalada esportiva de competição
Foi na década de 60 que aconteceram as primeiras competições de escalada, na Ucrânia. As provas eram de velocidade e aconteciam em rochas naturais. Com a criação dos muros artificiais, as competições foram levadas para as praças públicas e os ginásios.
Existem escaladores que treinam somente para competir e aqueles que o fazem apenas por lazer. Nem sempre um bom escalador esportivo será um bom escalador de competição.
Boulder
O bouldering acontece sobre rochas a pouca altura do chão. Uma sequência de movimentos vigorosos e difíceis acontece sem a utilização de cordas de proteção. Essa modalidade está muito disseminada entre os escaladores modernos e pode atingir altos graus de dificuldade, tornando-se uma atividade emocionante e desafiadora.
Colchões podem ser usados para proteger o escalador de uma possível queda.
As sequências de escalada são curtas e exigem movimentos fortes, o que desenvolve explosão muscular e força bruta. Há muitos campeonatos de Boulder ao redor do mundo.
Progressão artificial em rocha
Nessa modalidade é necessário ter equipamentos para progredir numa via, o contrário do que acontece numa escalada em livre. As vias são mais difíceis e exigem equipamento adequado. Os grampos são bastante utilizados, além de uma incrível parafernália especializada para todo o tipo de situação. Para o escalador, fica o desafio de levar a menor quantidade possível de equipamentos para uma aventura.
Big Wall
Uma big Wall acontece quando uma equipe é obrigada a passar pelo menos uma noite no meio de uma escalada – diga-se no meio de uma parede. É um misto de escalada livre e artificial e exige muita técnica e experiência dos participantes. Para uma Big Wall, é preciso içar muitos equipamentos parede acima, além de água, alimentos, barracas, sacos de dormir. Enfim, é uma grande expedição às alturas.
Passar dias escalando uma parede, exige alto grau de logística e organização dos escaladores, além do espírito de equipe, que não pode faltar em condições extremas.
O berço do Big Wall é em Yosemith Valley, na Califórnia. Foi ali que a modalidade se desenvolveu na década de 70, em suas paredes de granito vertical de até 1000 metros.
No Brasil há grandes paredes, mas o Big Wall mais chocante é sem dúvida a parede sudoeste da Pedra do Sino, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.
Escalada Alpina
A escalada alpina acontece em paredes inóspitas e de difícil acesso em clima severo. Os escaladores são muito exigidos e precisam ter conhecimento acumulado de escalada em rocha e gelo, metereologia, logística e travessia de glaciares.
A velocidade nessa modalidade conta muito. Quanto mais rápido é o escalador, menores são as chances de se deparar com avalanches – e ser soterrado por elas – e mau tempo.
As paredes mais cobiçadas para uma escalada alpina são as torres graníticas da Patagônia. É extremamente difícil escalar na Patagônia, com seu clima agressivo, glaciares perigosos e pedreiras sem fim.
Já a parede sul do Aconcágua é muito cobiçada por escaladores de todo o mundo, com o agravante da altitude. Ela nunca foi escalada por um brasileiro.
Alta Montanha
A escalada é de alta montanha quando há diminuição da pressão atmosférica devido à alta altitude. Acima de quatro mil metros de altitude, o organismo humano começa a sentir os efeitos da baixa pressão. Acontecem dores de cabeça insuportáveis, enjoos, insônia e até edemas que podem levar à morte. Para atingir seus objetivos, é preciso que o alpinista conheça muito bem seus próprios limites físicos e psicológicos. Uma gama variada de roupas e equipamentos é necessária para este tipo de empreitada.
No Brasil não há montanhas com mais de 3100 metros. Para que se tenha contato com esse tipo de aventura mais extrema, é preciso viajar até à Cordilheira dos Andes, onde há picos com mais de 6 mil metros.
Há também a Cordilheira do Himalaia, com 14 picos com mais de 8 mil metros. Já os Alpes europeus são os mais visitados por montanhistas do mundo todo.
Cascatas de Gelo
Uma cascata de gelo aparece no inverno de países gelados, quando uma cachoeira congela, encantando turistas e alpinistas. Para se aventurar nessa escalada, é preciso muita experiência, técnica, bom preparo físico, conhecimento e controle psicológico.
Na Europa e nos Estados Unidos, escalar cascatas de gelo já é uma febre. O tempo todo há lançamento de novos equipamentos especializados, além da criação de parques artificiais, onde mangueiras jorrando água sobre penhascos desenham grande variedade de cascatas.
A novidade são as competições em torres de gelo com estruturas artificiais, que têm conquistado seu espaço nos últimos cinco anos, chamando a atenção dos escaladores mais profissionais e apaixonados por aventura.
_
Autor: Sara Nanni – http://360graus.terra.com.br
0 comentários:
Postar um comentário